O tema apresentado neste livro parece soar como “retrógrado” ou insignificante aos ouvidos do século XXI, aos ouvidos de uma sociedade que há muito optou pela licenciosidade e não pela liberdade; e é exatamente por isso que as lições contidas nesta obra são amplamente oportunas em nosso tempo.
Duas são as preocupações de Santo Agostinho neste livro: primeiro, esclarecer o valor da virgindade e da continência, mostrando que elas só têm valor quando vividas em nome de algo — no caso do cristão, elevam-se ao máximo, pois são vividas em nome do Criador —; segundo, e não menos importante, instruir aqueles que aspiram a tal estado de perfeição a não cair no mais perigoso dos pecados: a soberba.
Até mesmo os antigos pagãos, apesar de estarem longe da humildade e da luz da Revelação, reconheciam o valor da virgindade, ainda que de forma débil. Nossa sociedade contemporânea, no entanto, nem isso o faz. Por tal razão, quão importante é que aprendamos com o Doctor Gratiae a reconhecer os tesouros de Deus.