“Quantos caminhos e quantas sendas abriste, Senhor, desde que neste mundo entraste, tão cheios de luz, que dão sabedoria aos ignorantes e calor aos tíbios! Quanta verdade disseste! ‘Enquanto estou no mundo, sou luz do mundo’. (Jo 9, 5). Luz foi teu nascimento, luz tua circuncisão, teu fugir do Egito, teu desdenhar honras; e essa luz cresce até se fazer dia perfeito (cf. Pr 4, 18). O dia perfeito é hoje e amanhã, nos quais operas coisas tão admiráveis que parecem fazer esquecer as passadas; tão cheias de luz que parecem obscurecer as que são mais brilhantes. Que intrépido estás hoje, Senhor, para realizar façanhas nunca ouvidas nem vistas no mundo, e nunca por ninguém pensadas! Quem viu, quem ouviu que Deus se desse como manjar aos homens, e que o Criador fosse manjar de sua criatura? (…) Estas, Senhor, são invenções do teu amor, que fazem dia perfeito, pois não pode elevar-se o amor mais do que onde o alçaste hoje e amanhã, dando-te como alimento hoje, aos que com amor têm fome de Ti…”